Quando aprendi que já me basto

 


Por muito tempo, eu pensei que talvez nunca conseguisse despertar o interesse de alguém.

Quem, afinal, olharia para mim com verdadeiro desejo, com admiração… com amor?


Cheguei a acreditar que talvez eu não fosse atraente o suficiente para ser notado.

Que eu não tinha aquele “algo a mais” que fizesse alguém se apaixonar à primeira vista.

Me perguntava, em silêncio: será que algum dia eu poderia ser… realmente amado?


Durante muito tempo, carreguei essas dúvidas como quem carrega pesos invisíveis.

Fui moldado pelo medo da rejeição, pela insegurança, pela falsa ideia de que o amor se conquista à força, com esforço, com insistência.

E, por isso… tantas vezes aceitei migalhas.

Aceitei menos do que merecia.

Aceitei relações mornas, presenças ausentes, afetos condicionais.

Só porque acreditava que era o máximo que eu poderia ter.


Mas, com o tempo… eu mudei.

Ou melhor: despertei.

 

Hoje, minha compreensão é outra.

Hoje, eu sei… que não preciso mais aceitar o mínimo, nem viver na expectativa de ser escolhido por alguém.

Eu mereço tudo aquilo que sempre lutei para ter: respeito, presença, afeto genuíno.

Amor — e não qualquer amor… mas aquele que começa dentro de mim.


Descobri, enfim, que posso ser inteiro mesmo só.

Que a solidão nem sempre é ausência…

Mas muitas vezes… um espaço sagrado onde eu me reencontro, me curo e me reconheço.


Não busco mais quem me complete.

Não preciso.

Hoje, busco quem queira transbordar comigo.


E se nessa segunda metade da vida não vier…

Tá tudo bem também.


Eu estou em paz…

Justamente por me amar…


E se você também já se sentiu assim — inseguro, invisível, ou com medo de não ser suficiente — saiba: você não está só.


Cada um de nós trilha um caminho único de autoconhecimento e amor próprio.

E, quando a gente entende que se basta, que já é inteiro… tudo muda.

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